O chute desviado de Michael que morreu dentro do gol de Unsain foi capaz de encaminhar a classificação rubro-negra às quartas de final, mas não deixou de ser um raro suspiro ofensivo de um time que fez valer o clichê do “saber sofrer” na Argentina. Os números mostram como foi um jogo fora do normal para este Flamengo.
Dominante mesmo nos piores momentos de Rogério Ceni, a equipe finalizou somente cinco vezes contra 14 dos argentinos, que tiveram também maior posse de bola: 56% x 44%. Sufoco que passou muito pelas atuações ruins dos volantes Thiago Maia e João Gomes.
O Flamengo da partida em Florêncio Varella, na Grande Buenos Aires, foi um time sem ligação. A tão conhecida saída a três, para dar profundidade pelo lado ou superioridade numérica pelo meio, deu lugar a uma dificuldade evidente na construção desde as ações de Diego Alves.
Um dos melhores em campo pelas defesas, o goleiro errou quase tudo na saída de bola que tinha zagueiros e laterais recuados. O Flamengo esteve longe de ser envolvente e raramente tinha controle de bola a partir da intermediária ofensiva.
Acostumados mais a condução do que ao toca e passa, Thiago Maia e João Gomes não conseguiram se encontrar em campo. Por tabela, Ribeiro e, principalmente, Arrascaeta ficaram encaixotados na marcação, e Gabigol praticamente não tocou na bola.
Sem Rodrigo Caio, Diego e Arão, o Flamengo se viu em um deserto de ideias e opções na saída de bola. Diante do cenário e do gol cedo de Michael, a opção foi se defender.
Com dois dias de treinos e quatro desfalques, o time de Renato passou sufoco, mas venceu. Vale como licença poética para estreia, mas fica o alerta para um Flamengo que triturou treinadores sob a justificativa de exibir pouco com mão de obra de qualidade.
Fonte: gegloboesporte