Os paulistas juntam-se a Atlético-MG e Internacional, que também viram a "zebra" aprontar e não alcançaram a decisão.
Depois de perder a final diante do Manchester United em 1999, numa bela apresentação, a esperança de ex-jogadores e torcedores era grande por uma reviravolta no Catar, com boa campanha e, enfim, a busca pelo tão sonhado título.
O retorno à competição, 21 anos depois, porém, foi no mínimo frustrante. Nem de perto o Palmeiras foi aquele time dominante e apontado entre os melhores do País e da América do Sul.
Faltou um ímpeto ofensivo maior, apesar da luta até o apito final. Não teve o "grande lance", a pressão, o susto. Pareceu que o time estava num jogo normal e não em uma semifinal de Mundial.
O Palmeiras tinha a obrigação de jogar melhor. Mas sucumbiu, possivelmente pela pressão por um resultado positivo no Mundial. Peças importantes sentiram e renderam pouco. Agora é repetir a campanha brilhante na temporada para buscar voltar ao Mundial o mais breve possível, pois elenco a equipe tem de sobra.
O português Abel Ferreira não quis saber de invenção e repetiu a escalação campeã da Libertadores diante do Santos, há uma semana Mesmo a equipe pouco criando naquele clássico, decidido no último lance. Deu moral a quem iniciou o jogo da conquista da América.
A ordem era marcar forte, pressionar a saída de bola e explorar a rapidez de Rony e o oportunismo de Luiz Adriano. Como os mexicanos apresentaram um futebol cadenciado na semifinal contra o Ulsan, a velocidade dos brasileiros tinha tudo para ser o diferencial contra um oponente repleto de atletas experientes, mas lentos.
O Palmeiras, contudo, demorou para encaixar seu melhor futebol no estádio Education City, em Doha. Logo de cara, um susto. Weverton fez milagre logo com três minutos. Cabeçada de González e voo do palmeirense para defender com o braço direito.
Aos poucos, o Palmeiras foi se soltando, mas necessitava de calma para furar o paredão mexicano. Com metade da etapa, tinha a bola e o domínio do campo, apesar das poucas finalizações. Sem ver o goleiro Gúzman trabalhar muito, o Tigres resolveu se soltar.
Gignac exigiu duas novas grandes defesas de Weverton antes do intervalo. Mesmo defensivo, o Tigres era perigoso quando ousava ir à frente. Não fosse o goleiro palmeirense e o placar teria sido aberto.
O Palmeiras não fez um primeiro tempo primoroso, longe disso, e necessitava de uma conversa e acerto no intervalo. Apesar de bem em uma parte da etapa inicial, faltaram finalizações e mais objetividade.
A volta para a segunda fase palmeirense seguiu abaixo do esperado. Com sete minutos, Luan agarrou o atacante na área de maneira infantil. A arbitragem viu o pênalti. Gignac bateu e Weverton desta vez não conseguiu defender, apesar de resvalar na bola.
O Palmeiras tinha menos de 40 minutos para colocar a cabeça no lugar e buscar a igualdade. Abel Ferreira nem esperou e optou pela força de Patrick de Paula e a garra de Felipe Melo para "chacoalhar" os companheiros. Lançou, ainda, Willian.
O gol, porém, foi uma ducha de água fria no Palmeiras. O time sentiu demais. A bola passou a queimar nos pés e as jogadas não eram concluídas com perfeição. Rony até empatou, mas impedido. Colocar a cabeça no lugar era necessário para a busca pela igualdade. Mas a tensão se fazia presente e o relógio jogava contra.
O Palmeiras lutou pelo empate até o fim, sem êxito. Sobrou coração, mas o grito do gol não veio. Agora é reerguer a cabeça e seguir o trabalho que vem dando frutos há tempos. A conquista do Mundial será consequência.
Fonte: Estadão Conteúdo