Nesta noite, às 23h, em um avião fretado, a delegação palmeirense seguirá viagem para o país, num voo de aproximadamente 16 horas. Ao todo, 28 jogadores foram levados, mas a Fifa permite a inscrição de 23 atletas na competição.
Por causa da pandemia, nenhum torcedor poderá viajar para acompanhar a equipe. O Qatar está fechado para turistas.
São Paulo também está sob restrições para conter a disseminação do coronavírus. Durante o dia, o estado está sob a classificação laranja do plano estadual para frear o vírus.
Entre 20h e 6h, passa a valer a fase vermelha, a mais restritiva, na qual apenas estabelecimentos essenciais, como mercados e farmácias, podem ficar abertos.
Durante a noite, a recomendação é sair de casa apenas quando for estritamente necessário. Isso não impediu, porém, que centenas de torcedores, a grande maioria sem máscara e sem respeitar qualquer tipo de distanciamento social, fizessem aglomerações em frente ao Aeroporto de Guarulhos.
São Paulo registrou nesta terça 14.297 novos casos e 365 óbitos em decorrência da Covid-19. No total, o estado registra 1,7 milhão de casos e mais de 53 mil mortes, segundo o consórcio de veículos de imprensa formado por Folha de S. Paulo, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1.
Por volta das 20h30, o ônibus que levava o elenco palmeirense deixou o centro de treinamento na Barra Funda e seguiu para o Aeroporto de Guarulhos.
Na madrugada do último domingo (31), horas após o Palmeiras vencer o Santos e conquistar o bicampeonato da Libertadores, no Maracanã, os jogadores também foram recepcionados no local por centenas de torcedores aglomerados.
De acordo com a Polícia Militar, foram deslocados dois pelotões para fazer a segurança em frente ao CT, onde apenas poucos torcedores estiveram presentes nesta terça, e três pelotões na região do aeroporto.
"A nossa missão é preservar a ordem pública. Sobre a segurança sanitária devido à pandemia, quem responde são os órgãos responsáveis, que no caso é a Vigilância Sanitária. Nossa missão é preservar os protagonistas e a proteção das pessoas que estão trabalhando", disse o capitão Matheus, da PM.
Lucas de Almeida, 25, auxiliar fiscal, estava entre os torcedores que foram a Guarulhos. Ele conta que gostaria de viajar com o time.
"Se não fosse a pandemia, eu gostaria de ir. As condições são difíceis, mas a gente teria se planejado antes", diz o torcedor. "Vir aqui [no aeroporto] é a única forma de ficar perto do time neste momento."
Além de estar fechado para turistas, o Qatar também impõe algumas regras a pessoas autorizadas a entrar no país, como jornalistas ou residentes, por exemplo, que terão de cumprir uma quarentena de sete dias num hotel indicado pelo governo local.
É necessário, ainda, apresentar um teste de Covid-19 negativo, feito até 48 horas antes do embarque para o país.
Com a presença significativa de torcedores, cerca de 15 vendedores ambulantes, com carrinhos de bebidas e comidas, tentavam garantir algum lucro.
"Tem que aproveitar tudo. A situação do país não está fácil. Por enquanto, não vendi um espeto. O povo quer gastar, mas está sem dinheiro", lamenta o vendedor Marcelo Barreto, 53, que esperava lucrar pelo menos R$ 150 vendendo churrasco.
Marcelo ficou mais animado quando viu a chegada de dois ônibus com torcedores, por volta das 21h. "Espero que melhore agora", disse o vendedor, enquanto os torcedores começavam a estender bandeiras e puxar os cânticos da torcida.
Por volta das 21h15, o ônibus com a delegação alviverde chegou ao local e foi recepcionado com fogos de artifício, sinalizadores, bandeiras e cânticos.
O veículo passou lentamente ao lado dos torcedores, aglomerados, que não puderam fazer o tradicional "corredor verde" que antecedeu alguns jogos da equipe palmeirense na Libertadores.
Os cerca de 250 fãs do time, segundo estimativa da polícia, cantaram o hino e permaneceram no local fazendo festa após o ônibus passar pelo portão de entrada do aeroporto, na esperança de motivar ainda mais os jogadores na busca do título inédito.
Fonte: (FOLHAPRESS)