O time gaúcho chegou aos 59 pontos ao vencer pela sétima vez seguida. O clube paulista, há quatro jogos sem ganhar, tem 57. E a situação de Fernando Diniz pode se complicar.
A derrota acachapante é consequência da imposição de um time prático e confiante sobre outro destroçado emocionalmente, perdido taticamente, desorganizado, apático e que parece ter "tremido" com a possibilidade de ser campeão.
Fernando Diniz dá mostras de não saber o que fazer. E em campo, até jogadores mais experientes, como Daniel Alves, nada produzem de útil já há algum tempo.
Nesta quarta-feira, o Internacional deixou claro no início que não iria se intimidar com o São Paulo. Ao contrário, procuraria explorar o fato de o adversário estar sob pressão. E foi para frente.
Em quatro minutos teve chances com Yuri Alberto e Cuesta, e quatro minutos depois abriu o placar. O gol saiu após uma falha incrível da defesa são-paulina em uma cobrança de falta. Moisés levantou na área e Cuesta, livre, cabeceou para as redes.
A desvantagem fez aflorar o descontrole emocional em alguns jogadores do São Paulo, como Reinaldo, e a apatia da maioria deles, até em gente experiente como Daniel Alves. O time de Fernando Diniz só tentava chutar de longe. Não articulava jogadas.
Com o meio de campo povoado com cinco jogadores, boa movimentação, e jogo vertical, o Internacional tomou conta do duelo.
E chegou ao segundo gol aos 23, em uma bola que saiu do goleiro Lomba, em nova falha da defesa tricolor. Yuri Alberto tocou para Caio em diagonal, Leo e Reinaldo vacilaram e o meia tocou na saída de Volpi.
Com os 2 a 0, o São Paulo passou a tentar jogar. O Internacional continuou superior, criando boas chances - por várias vezes o jogador do time gaúcho foi travado na hora do chute.
Mas os donos da casa também chegavam, ainda que poucas vezes - a etapa terminaria com 11 conclusões do Inter e 5 do São Paulo -, à área adversária.
Aos 38 minutos aconteceu o lance que recolocou o São Paulo na jogo. Cuesta cedeu um escanteio bobo, na cobrança Reinaldo desviou na primeira trave e Luciano, de volta ao time recuperado de contusão, cabeceou para diminuir.
O gol não escondeu o mau desempenho do time na primeira etapa, fato reconhecido por Luciano. "Tudo que a gente falou antes de começar a partida, fizemos o contrário. Ficamos acuados, não sei o que aconteceu. Creio que a vibração é mais para colocar o time dentro jogo de novo", disse.
No segundo tempo, o São Paulo até tentou entrar no jogo. Diniz mexeu na equipe, recorrendo a algo que já havia feito outras vezes. Tirou um zagueiro, Léo, recuou Luan para a zaga, colocou Vito Bueno e reposicionou Tchê Tchê e Daniel Alves. Também colocou Igor Gomes no lugar de Gabriel Sara.
O São Paulo passou a jogar com a disposição necessária. Passou a atacar o Inter - que passou a marcar mais recuado, até para evitar o desgaste - e criou oportunidades com Reinaldo, Tchê Tchê e Vitor Bueno.
No entanto, novo erro na saída de bola esfriou o ânimo do time tricolor. Vitor Bueno foi desarmado e na sequência Yuri Alberto entrou na cara de Volpi e fez 3 a 1, aos 14 minutos.
Aí o São Paulo desabou técnica e emocionalmente. Yuri marcou mais duas vezes, aos 20 e aos 22, e a partir daí o Inter passou a se poupar para o clássico do domingo com o Grêmio. Já o São Paulo mostrou de novo por que há cinco rodadas estava 7 pontos à frente e agora ficou 2 atrás do Inter.
Fonte: Estadão Conteúdo