O Grêmio foi melhor no primeiro tempo. No começo da partida, conseguiu controlar o São Paulo, ora permitindo que o adversário avançasse com a bola, ora pressionando com marcação alta. O time da casa, mesmo com muito mais posse de bola, demorou a entrar no jogo. Quando viu, já estava em apuros, consequência de falhas na bola aérea defensiva: primeiro Kannemann cabeceou com perigo, depois Victor Ferraz pegou sobra e mandou na trave. E não pararia aí: aos 18, Diego Souza aproveitou falha de Daniel Alves e emendou uma linda bicicleta. Quase. Superados os sustos, o São Paulo passou a transformar a posse em ações ofensivas efetivas a partir da metade do período. Gabriel Sara recebeu de Tchê Tchê aos 28 e mandou colocado, perto da meta. Mas foi pouco – jamais houve uma pressão. E o Grêmio ainda conseguiu ameaçar com Pepê, em chute de fora da área, por cima de Tiago Volpi.
Segundo tempo
A necessidade de ação no segundo tempo era do São Paulo. E o Grêmio conseguiu amarrar o oponente, praticamente inofensivo em boa parte da etapa. Aos 20 minutos, ciente de que o time não produzia, Fernando Diniz decidiu mudar: colocou Vitor Bueno e Toró nos lugares de Luan e Léo. O efeito foi nulo, e o treinador apostou em novas fichas: Paulinho Boia, Trellez e Hernanes, saindo Bruno Alves, Igor Gomes e Tchê Tchê. O tudo ou nada tampouco deu resultado. Da beira do campo, Fernando Diniz gritava “vai para a área, vai para a área”, mas o Grêmio, muito organizado, não dava espaços. Mesmo com sete minutos de acréscimos, o São Paulo pouco agrediu Vanderlei. Cabeceio de Toró, na entrada da pequena área, foi o último suspiro. O goleiro do Grêmio defendeu.
O especialista
O Grêmio confirmou sua impressionante força na Copa do Brasil. Tornou-se, isolado, o clube com mais presenças em finais no torneio. Está na decisão pela nona vez, superando o Cruzeiro, com oito. O Tricolor gaúcho buscará seu sexto título. Foi vice outras três vezes.
Segue o jejum
O São Paulo mantém a sina de jamais ter conquistado a Copa do Brasil. A história do clube no torneio é incompatível com sua tradição. O máximo que alcançou foi um vice no ano 2000. A eliminação ainda reverbera o jejum de títulos em geral: o último foi em 2012, a Copa Sul-Americana.
Irritação
Depois do jogo, jogadores do São Paulo e o técnico Fernando Diniz partiram para cima da equipe de arbitragem. Eles reclamavam do tempo de acréscimos: sete minutos. Argumentavam que houve paralisações nesse período extra - e que, por isso, mais tempo deveria ter sido dado. Diniz e o atacante Tréllez foram expulsos.
Aglomerou
E virou rotina no futebol brasileiro. Mesmo em meio ao surto de Covid-19 (foram 1.224 mortes registradas nesta quarta-feira), torcedores do São Paulo se aglomeraram antes do jogo, muitos deles sem máscara, e recepcionaram o elenco no lado de fora do Morumbi.
As duas partidas decisivas da Copa do Brasil entre Grêmio e Palmeiras serão nos dias 3 e 10 de fevereiro. Os mandos de campo serão definidos por sorteio, previsto para o dia 14 de janeiro.
As equipes voltam a campo pelo Brasileirão na próxima quarta-feira, dia 6 de janeiro. O Grêmio, quinto colocado, recebe o Bahia às 19h15, e o São Paulo, líder, visita o Bragantino às 21h30.
Fonte: geGLOBOESPORTE