Com a vitória, o Flamengo chegou aos 48 pontos e pulou para segunda colocação na competição. De quebra, segue dependendo apenas de si para buscar o título. A equipe de Rogério Ceni tem um jogo a menos que o São Paulo, líder com 53, e um confronto direto pela última rodada, no Morumbi. O último compromisso de 2020 está marcado para sábado, às 19h (de Brasília), no Castelão, contra o Fortaleza.
Já o Bahia segue em crise. Agora, são cinco derrotas consecutivas para o time de Mano Menezes, que está em 16º com 28 pontos. Os baianos estão fora da zona de rebaixamento por levarem vantagem sobre o Vasco no número de vitórias: 8 a 7. Domingo, a equipe recebe o Inter, às 16h, na Fonte Nova, pela 27ª rodada.
Primeiro tempo
O domingo no Maracanã foi eletrizante desde o apito inicial. O Flamengo não precisou de muito tempo para abrir o placar, com Bruno Henrique, em belo chute de fora da área e dava mostras de que teria facilidade para chegar ao triunfo. Gabigol ainda desperdiçou boa chance antes dos dez minutos, mas acabou sendo protagonista por um cartão vermelho. O árbitro Flávio Rodrigues identificou xingamento e expulsou o atacante, que se revoltou. A vantagem numérica fez o Bahia se mandar para o ataque, pressionar e dar espaços bem utilizados pelos donos da casa. Assim, Bruno Henrique recebeu de Gérson para ficar livre dentro da área e servir Isla: 2 a 0. O camisa 27 ainda teve tempo para desperdiçar chance clara antes do intervalo após passe de Arrascaeta.
Segundo tempo
O Bahia voltou para o segundo tempo a mil por hora, e o Flamengo não conseguiu manter a organização defensiva. O resultado? Três gols em oito minutos, dos 5 aos 13, e virada no placar. O colombiano Índio Ramírez, que depois foi acusado de racismo por Gérson, fez o primeiro, e Gilberto novamente ocupou o papel de carrasco com um lindo chute de fora da área e um gol de cabeça em escanteio. Virada dos visitantes.
Neste momento, as duas equipes já estavam com os nervos à flor da pele, com faltas duras e discussões. O Bahia conseguia administrar o resultado, forçava Diego Alves a fazer grandes defesas, até que Rogério Ceni colocou Pedro no jogo. O centroavante foi decisivo para a virada com um gol de peito em cruzamento de Filipe Luís e passe genial de letra para Vitinho tocar na saída de Douglas. Vira-vira, vitória e o São Paulo mais perto na tabela.
Lamentável!
Um dos melhores em campo, Gérson chamou a atenção na partida do Maracanã não somente pelo que fez com a bola no pé. Desde o primeiro tempo, o volante foi líder da equipe em campo com orientações e foi figura central de crime de racismo no Maracanã. No início do segundo tempo, o jogador discutiu com o colombiano Ramírez e com o treinador Mano Menezes. Já nos minutos finais, após o 4 a 3, fez sinal com a mão de "fala muito" para Mano, que seguia discutindo. Ao apito final, revelou que foi vítima de racismo:
- Quero falar uma coisa: tenho muitos jogos como profissional e nunca vim falar nada porque nunca sofri esse preconceito. Quando tomamos um gol, o Bruno Henrique ia chutar uma bola, o Ramirez reclamou e fui falar com ele, que disse: "Cala a boca, negro". E o Mano precisa aprender a respeitar as pessoas.
Polêmica no início
O momento definitivamente não é dos melhores na carreira de Mano Menezes. O Bahia chegou a quinta derrota consecutiva, foi eliminado recentemente pelo Defensa y Justicia na Copa Sul-Americana e está na porta da zona de rebaixamento. A situação é muito delicada no comando do clube baiano. Como se não bastasse, foi criticado por Gérson na entrevista pós jogo na qual relatou o episódio de racismo.
Fonte: globoesporte.globo.com